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Parque infantil de Santos (SP) tem iluminação desenvolvida para crianças autistas

Projeto da Prefeitura cria primeiro parque infantil acessível da cidade

A comunidade da Zona Noroeste de Santos (SP) vai ganhar o primeiro parque infantil acessível da cidade. O espaço de cerca de 600 metros quadrados fica no Jardim Botânico Chico Mendes (Rua João Fraccaroli, bairro Bom Retiro) e inclui brinquedos especialmente escolhidos para favorecerem a diversão e o bem-estar de crianças com algum tipo de deficiência. Ainda, terá iluminação adequada ao público do espectro autista, executada pelo Consórcio SQF LUZ, formado pelas empresas ENGIE, QUANTUM Engenharia e FORTNORT Desenvolvimento Ambiental e Urbano.
Estão sendo instalados 10 postes de três metros para luminárias LED 69W e oito postes de seis metros com luminárias 400w MVM. Ainda, sete luminárias de 150w MVM estão sendo colocadas em postes que já existiam na alameda. A expectativa do gerente do SQF LUZ, João Paulo Assis, é que esse serviço seja concluído ainda em julho. Já a praça deve ser finalizada no próximo mês. Desde junho o consórcio faz a manutenção da iluminação pública também dentro do horto.
O projeto criado pelas secretarias municipais de Desenvolvimento Urbano (Sedurb) e de Serviços Públicos (Seserp) conta com balanços, painéis, molas, escorregador e pisos táteis. Terá também uma fonte interativa, formada por uma piscina com filtro, motor e reservatório para reaproveitamento de água. Em matéria do portal da Prefeitura por ocasião do lançamento do projeto, a coordenadora de Políticas para a Pessoa com Deficiência de Santos, Cristiane Zamari, salientou a importância do parque diferenciado.
“O local terá painéis sensoriais e será um importante espaço de estímulo, lazer, evolução. Para autistas, por exemplo, será um ambiente com pouca informação, cores neutras e balanço, um brinquedo que ajuda muito na reorganização neurológica. Para deficientes visuais, identificações em braile. Mas será um local de acessibilidade universal, porque todos vão se beneficiar”, destaca Zamari.

Pessoas do espectro autista são mais sensíveis

Os transtornos do espectro do autismo (TEA) comportam múltiplas descrições, com características de grande variação entre os casos. De um modo geral, essas pessoas apresentam dificuldade de se comunicar e de interagir em sociedade em maior ou menor grau. O diagnóstico pode vir acompanhado de outras manifestações físicas ou mentais, as chamadas comorbidades. Som alto e luminosidade intensa costumam causar incômodo, requerendo atenção especial por parte dos cuidadores.
O Brasil não tem estatísticas sobre sua população autista. Porém, dados do Censo Escolar divulgado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apontam aumento no número de alunos com TEA em classes comuns. Passou de 77.102 crianças e adolescentes com autismo que estudavam na mesma sala que pessoas sem deficiência em 2017 para 105.842 alunos em 2018, um aumento de 37,27%. Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei 13.861/2019 que obriga a inclusão, nos censos demográficos já partir de 2020, de informações específicas sobre pessoas com autismo.
Em março de 2020, a Revista Autismo divulgou dados estatísticos do Centro de Controle de Doenças e Prevenção do governo dos EUA, que apontam prevalência de um autista para cada 54 crianças de 8 anos, em 11 estados. Isso conforme pesquisa feita frequentemente e atualizada a cada dois anos no país. Os dados são referentes a 2016, pois a divulgação ocorre sempre a cada quatro anos. Ainda, apontam que o número de diagnósticos de meninos continua quatro vezes maior do que o de meninas.
Saiba mais sobre TEA no site da Associação Brasileira de autismo (ABRA) em www.autismo.org.br e na Revista Autismo acessando www.revistaautismo.com.br.

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Ultima modificação em Sábado, 10 Abril 2021 10:26
Zona Noroeste

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